História

A HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO

O Cooperativismo, conforme o conhecemos nos dias atuais, nasceu há pouco mais de um século e meio. Antes dessa data tivemos iniciativas cooperativistas em diversas partes do mundo. A título de ilustração mencionamos os ayllus entre os incas pré-colombianos; as reduções jesuíticas entre os índios guaranis do Brasil, Paraguai e Argentina, conhecidas como Sete Povos das Missões, em meados do século 17; os colégios do início da civilização romana e uma que outra comunidade mesopotâmica do segundo milênio antes de Cristo.

Caracterizavam-se por dar suporte econômico ao meio social relativamente homogêneo em que nasceram sem, contudo, conseguir evoluir na sua organização temporal. Todas foram organizações de abrangência geográfica restrita e vida efêmera.

O início da história cooperativa moderna deu-se também num ambiente de solidariedade entre iguais. Por volta de 1750 surgiu a industrialização na Europa. Com ela, a sistematização do trabalho. estava criada uma nova realidade social. O mundo deixava de ser apenas agrícola e pastoril. Um novo elemento – a Fábrica – estava sendo introduzido na história da humanidade e cativando a população. Os empregados não precisavam mais saber fazer o todo. Bastava fazer o dia inteiro a mesma coisa. O trabalho não era pesado. O aprendizado não era difícil. Pela primeira vez na História as mulheres podiam ser empregadas e se igualavam aos homens como força de trabalho.

Isso provocou um deslumbramento inicial. Qual a dona de casa que não se sentia atraída em trocar as lídes domésticas por uma cadeira ao abrigo do sol? Qual a moça que não aceitaria trocar as vacas e as ovelhas por uma atividade protegida da chuva e da neve? Até as crianças de oito ou nove anos eram cooptadas a fazer o trabalho “simples” do interior das fábricas. Estávamos diante de m novo condicionante de satisfação pessoal e familiar. Qualquer exigência nas condições de trabalho seria perfeitamente aceitável.

A Europa inteira começava a se “enfeitar” de fábricas. Foi, no entanto, no interior da Inglaterra, mas especificamente nas regiões de Yorkshire e Lancashire, que se fizeram sentir, mais agudamente, os benefícios e os rigores da revolução Industrial. Naquele caldeirão social situava-se Rochdale.Lá estavam as tecelagens.Lá estavam as crianças, de menos de nove anos de idade,trabalhando com suas mães, irmãs e tias, lado a lado nas bancas de trabalho dentro das fábricas.Afinal de contas, tinha-se inventado a linha de produção.Que maravilhosa invenção aquela em que o produto final dependia da sinergia, do trabalho de cada um.Por isso, trabalhavam dezesseis horas por dia,só descansavam aos domingos, aceitavam as condições insalubres de trabalho e a baixa remuneração.

A desilusão demorou a aparecer.Passaram-se duas gerações até que a consciência familiar se apercebesse da aberração que era tirar de seus filhos o direito ao lazer e à fantasia.Pior ainda era tirar-lhes o direito do crescimento harmônico entre o físico,o espírito e a razão.Somente em 1809 promulgou-se a primeira lei que proibia o trabalho para menores de 12 anos.Demorou mais uma geração até que os primeiros acordos de trabalho fossem aprovados entre patrões e empregados.Mais outra geração, até que o inconformismo coletivo se mobilizasse, no sentido da autodeterminação dos trabalhadores.

Foi nesse ambiente que nasceu a “Co-operação”,escrita com hífen, àquela época.A Co-operação foi a resposta de uma pequena e sofrida sociedade ante a opressão do capitalismo nascente, colocando nas mãos das pessoas simples o poder de decidir o seu futuro.

Criou-se um novo estilo de vida que, nascido das opressões sociais geradas pela revolução industrial inglesa do século dezoito, frutificou e é exemplo até os nossos dias.

Dr.Lutero Arno Renck
Fonte: Livro 28 tecelões
Porto Alegre,Setembro de 2000.

COOPERATIVA

Diz-se de ou tipo de sociedade comercial, constituída por membros de determinado grupamento social ou econômico, visando desempenhar, em beneficio comum, determinada atividade econômica. No Brasil, assim como na maioria dos países, as sociedades cooperativas são regidas por legislação especial e gozam de privilégios de natureza fiscal.

Os objetivos da cooperativa são :
1) reduzir, em beneficio de seus membros e através do esforço comum destes, o custo ou, conforme o caso, o preço de venda de determinados produtos ou serviços, substituindo o intermediário;
2) aprimorar a qualidade dos produtos fornecidos.

A experiência da cooperativa, começou na França e na Inglaterra, entre 1820 e 1840; inicialmente, além de suas funções econômicas, a cooperativa desempenhava o papel de sociedade beneficente, de sindicato e de universidade popular. A partir do fim do século XIX, o movimento cooperativista envolveu novos setores: agricultura (1884), comércio varejista (1883 – 1885), pesca (1913), construção e habitação (1920). Introduzindo no Brasil em fins do século passado, o cooperativismo só teve algum progresso nos últimos anos, sendo mais importante nos Estados Sulinos, sobretudo São Paulo e Rio Grande do Sul.

Organizações de cooperação voluntária concebida como modelo alternativo á concorrência capitalista. Em quase todos os países, promulgaram-se leis especificas para regulamentá-las. São organizações democráticas, cuja administração e gestão devem efetuar-se da forma acordada pelos sócios, que devem Ter os mesmos direitos e o mesmo poder dentro e participar da tomada de decisões. As cotas de capital, em caso de serem remuneradas, devem receber uma taxa de juros reduzida. Os rendimentos auferidos pertencem aos cooperativados, distribuindo-se de acordo com os seguintes critérios: em primeiro lugar, destinando uma parte ao desenvolvimento da cooperativa; em segundo lugar, reservando outra parte para a eventualidade de gastos extraordinários e, em terceiro lugar, distribuindo as sobras entre os cooperativados proporcionalmente às suas contribuições para a associação. Devem destinar fundos à formação profissional de seus membros e empregados, assim como à do público em geral para respeitar os princípios da cooperação econômica e democrática.

COOPERATIVISMO

Doutrina que tem como objetivo a solução de problemas sociais por meio da criação de comunidades de cooperação, formadas por indivíduos livres que realizariam a gestão da população e participação igualitariamente dos bens produzidos. 

Nesse sentido, liga-se ao SOCIALISMO UTÓPICO, principalmente ao pensamento de Robert Owen, para quem a superação do capitalismo estaria na generalização de aldeias de cooperação. 

Modernamente o cooperativismo constitui uma prática econômica, em que a cooperativa é uma empresa que presta serviços aos associados, em geral indivíduos pertencentes a mesma atividade profissional ou econômica. 

No Brasil, o cooperativismo iniciou-se no final no século XIX, principalmente na zona rural. Atualmente seu funcionamento é regulamentado por Leis especiais e subordinado ao Conselho Nacional de Cooperativismo, órgão do Ministério da Agricultura.

MOVIMENTO COOPERATIVO


Em economia, empresas comerciais sem fins lucrativos e cujo principal objetivo é a distribuição de bens e serviços. Tradicionalmente, era um movimento que agrupava consumidores que compartilhavam um interesse mútuo : reduzir seus gastos em consumo e beneficiar-se do controle dos meios de produção. Contudo, algumas cooperativas são formadas por produtores, e não por consumidores. Todas elas costumam compartilhar uma série de normas comuns: controle democrático, cada membro tendo um só voto; a associação ao movimento cooperativo, é livre; direito a obter créditos a taxas de juros reduzidas; e distribuição de benefícios.

Os movimentos cooperativos de todo o mundo integram-se na Aliança Cooperativa Internacional (ACI), criada em 1895; possui dois objetivos fundamentais: unir os diferentes movimentos cooperativos dos países com o fim de criar uma rede econômica internacional e fomentar a criação de um ambiente favorecedor da cooperação que evite as disputas e os conflitos econômicos. A ACI é a maior organização não governamental com voz, porém sem voto, no seio da Organização das Nações Unidas (ONU).

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